terça-feira, 3 de agosto de 2010

Brasileiros no Exterior - A xenofobia mais presente do que nunca

    Quando falamos sobre xenofobia e de preconceito racial e étnico, logo temos duas principais lembranças em nossas mentes: o preconceito dirigido aos negros e aos judeus. Ambas são consideratas na atualidade  expressões de ingnorância e atraso, pois está cientificamente provado que todos aqueles que pertencem à espécie humana estão em situação de igualdade. Mas será que na pós-modernidade esta é uma concepção de todos?
    Por mais absurdo que possa parecer, a resposta é não. E, mais absurdo ainda, são justamente as regiões do mundo mais desenvolvidas tecnologica e financeiramente que estão revivendo e recriando a xenofobia: Europa e Estados Unidos.
    Os ataques de 11 de setembro (que já foram alvos de diversos documentários, sendo o mais instigante de todos na minha opinião aquele elaborado pelo Michael Moore, Farenheit 11/9), abriram espaço para uma "guerra ao terrorismo" que não tem outra justificativa senão a obtenção de petróleo e a limpeza étnica destas regiões descritas anteriormente. Sim, porque para analisarmos esta situação, como qualquer outra, é preciso irmos além do que está dado, muito além das aparências.
     Iniciamos nossa análise através do método dialético: estamos em uma sociedade de classes antagônicas onde os meios de produção pertencem a uma elite e a grande maioria da população é explorada através da venda de sua capacidade de trabalho. Com o desenvolvimento e evolução do capital, estamos em sua fase monopolista, onde esta exploração não se dá apenas no plano individual, mas também entre os países. Os recursos naturais e serviços utilizados pela Europa e Estados Unidos, na verdade são providos pela periferia do mundo.
    Bom, dado isto, muitas pessoas destes países explorados que estão na periferia do mundo, tentam construir suas vidas em um destes países centrais, em busca de salários melhores e igualmente melhores condições de vida. Só que o que estes países querem são mercadorias, recursos naturais, energia, água; pessoas não são bem-vindas.
     É muito absurdo pensar em tudo isso, é indignante ver que quem decide morar nestes locais sempre será considerado e tratado como um ser inferior, incapaz, sendo muitas vezes mal atendido nos lugares, ridicularizado pela sua condição de estrangeiro, e até agredido pela polícia, como é o caso da reportagem entregue ao nosso grupo pela professora Bete na última aula. Isto quando não é simplesmente impedido de entrar no país, sendo imediatamente deportado ao país de origem.
    Tenho a história de uma amiga minha, que morou um ano nos Estados Unidos e hoje está aqui no Brasil. Ao dirigir em baixa velocidade seu veículo, percebeu que estava sendo seguida por um carro da polícia. Sem haver feito nada de errado e sem conseguir entender o que o alto-falante do carro dizia, seguiu dirigindo, tranquilamente. "Pull over!", exclamavam os policiais.
     Sem entender o que uma blusa teria a ver com a situação, decidiu parar o carro para ver se alguma coisa tinha a ver com ela. Foi então que foi duramente abordada por policiais, que a humilharam e ridicularizaram por não ter compreendido a ordem de parar dada por eles. Com lágrimas, pelo rosto e tremores de nervosismo pelo corpo todo, procurou sua documentação e descobriu que necessitava de uma carteira internacional de habilitação para dirigir, sendo que ela só tinha a carteira brasileira. Depois de prestar depoimento na delegacia, onde mais uma vez recebeu o mesmo tratamento da primeira abordagem, retornou para casa mediante a promessa de colocar toda a sua documentação em dia. Caso lamentável de grosseria e incômodo desnecessários.
    Quem sabe nos próximos anos, com a Copa do Mundo em 2014 e com as Olimpíadas no Rio em 2016, possamos dar uma lição de hospitalidade e humildade diante do mundo. Vai que eles aprendam alguma coisa...

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